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Dando continuidade ao projeto “Sessão Pipoca”, a indicação cinematográfica para este mês de julho é o filme “Hidden Figures: Estrelas Além do Tempo” (2016).
O filme conta a história de três cientistas negras que trabalharam na NASA durante a década de 1960 e colaboraram para a conquista espacial: Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson.
Baseado em fato reais, conta uma história praticamente desconhecida e quase inacreditável, quando as leis de segregação racial ainda estavam em vigor nos Estados Unidos, um grupo de mulheres negras foi fundamental para o avanço tecnológico que permitiu a ida do primeiro americano ao espaço, atuando como “computadores”, responsáveis pelos complicados cálculos matemáticos envolvidos na missão.
Entre as décadas de 1960 e 1970, o feminismo se consolidou como movimento e ganhou força nos Estados Unidos e na Europa. Entretanto, as mulheres ainda estavam em grande desvantagem em relação aos homens, uma vez que não eram valorizadas devidamente, ou sequer contratadas.
É nesse contexto de corrida espacial, segregação racial e luta das mulheres que Katherine Johnson (interpretada pela atriz Taraji P. Henson), uma matemática negra brilhante, é escolhida para trabalhar no Grupo de Missão Espacial, que pretende enviar o primeiro homem ao espaço (e, posteriormente, à Lua). Computadores ainda não eram utilizados para realizar cálculos complexos, por isso, ela mesma precisa realizar e conferir as contas que vão garantir que os astronautas consigam ir e voltar do espaço em segurança. Katherine é a única mulher e a única pessoa negra nesse grupo e sofre com a desconfiança e desvalorização. Ela tem seu trabalho dificultado e é impedida de assinar os relatórios que realiza. Além disso, ela precisa andar quase um quilômetro para usar o banheiro destinado a pessoas negras e os colegas não aceitam dividir a mesma cafeteira com ela.
Já Dorothy Vaughan (papel que rendeu à Octavia Spencer a indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuavante) trabalha como supervisora dos “computadores negros” (equipe que realizava cálculos), mas sem receber formalmente esse título, pois é mulher e negra. Ao saber que a Nasa comprou um novo e potente computador, o IBM, ela descobre que ele é capaz de realizar 24 mil cálculos por segundo, o que pode colocar em risco seu emprego e de outras colegas. Para evitar que elas sejam dispensadas depois de a máquina começar a funcionar, Dorothy resolve aprender e ensinar as mulheres como programar.
Mary Jackson (Janelle Monáe) sonha em atuar como engenheira, mas tem seu pedido para entrar no programa de treinamento de engenheiros da Nasa negado (os requisitos foram mudados justamente para que ela não pudesse concorrer). Determinada, ela resolve apelar para a justiça com o objetivo de se tornar a primeira mulher negra a estudar na Universidade da Virgínia. Ela consegue, vira a primeira engenheira da NASA e trabalha na construção da cápsula que lançaria o homem ao espaço.
As mulheres mas uma vez buscando seu espaço na sociedade diante de todas os preconceitos e desvantagem. Lendo histórias como essas e tantas outras, que nos encoraja a não desistir dessa luta, que é minha, sua e de todas as mulheres.
Texto: Lailde Silva – Contadora
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