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O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica que a movimentação financeira das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras registrou expansão de 2,5% no primeiro trimestre de 2023, na comparação anual.
Recentemente, o mercado de PMEs mostra certa volatilidade diante do cenário macroeconômico desafiador, a manutenção das taxas de juros em níveis historicamente elevados. Apesar deste contexto, alguns fatores contribuem para o avanço dos negócios, com destaque para a recuperação do rendimento médio real dos trabalhadores no país.
Com a melhora do mercado de trabalho em 2022 e considerando a perda de ímpeto da inflação no país, o rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros – medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – iniciou 2023 alinhado aos patamares pré-pandemia (tendo como referência o ano de 2019), o que configura um cenário mais benéfico para as atividades econômicas das PMEs expostas à renda para garantir crescimento.
Segundo o gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, Felipe Beraldi, após fracos resultados no primeiro bimestre de 2023, a confiança dos consumidores voltou a avançar no último mês, o que também tende a afetar positivamente o consumo.
“O índice de confiança do consumidor da FGV (ICC-FGV) avançou em março (+2,5 pontos), diante da melhora da percepção da situação atual e de expectativas mais positivas dos consumidores para os próximos meses”, explica.
Crescimento por setor
Do ponto de vista setorial, o crescimento do IODE-PMEs no primeiro trimestre de 2023 foi condicionado pelo avanço da movimentação financeira real no Comércio (+1,8% ante o primeiro trimestre de 2022), em Serviços (+1,4%) e na Infraestrutura (+2,3%).
No Comércio, o crescimento foi condicionado pelo avanço das PMEs do setor atacadista (+3,2% ante o primeiro trimestre de 2022), enquanto o varejo permaneceu estável.
Por outro lado, o segmento de ‘Comércio e Reparação de veículos’ encerrou o trimestre em retração (-5,3%).
Já no setor de Infraestrutura, o crescimento das PMEs refletiu o avanço da movimentação financeira nos segmentos de ‘Comércio e Geração de energia elétrica’, ‘Construção de rodovias e ferrovias’ e ‘Serviços especializados para a construção’.
“Nesta última, atribuímos o crescimento observado desde o ano anterior à retomada do setor de construção civil como um todo observada nos últimos anos, que abre espaço para diversos serviços especializados auxiliares de PMEs, como reformas e obras de acabamento”, ressalta Beraldi.
O setor de Serviços também avançou no primeiro trimestre de 2023, após resultados mais modestos no decorrer do quarto trimestre de 2022 (-0,3% YoY).
“A retomada da renda é fundamental para o desempenho de diversas atividades ligadas ao setor. Entre os principais segmentos, os destaques nos últimos meses foram ‘Atividades de serviços financeiros’, ‘Atividades de serviços pessoais’, ‘Atividades artísticas, criativas e de espetáculos’ e ‘Atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria’”, explica. O IODE-PMEs também segue mostrando desempenho positivo do segmento de serviços de ‘Alojamento e Alimentação’.
O único setor que apresentou retração no primeiro trimestre do ano foi a Indústria (-0,5% ante o 1T2022). O resultado reflete a queda observada em alguns segmentos da indústria de transformação, como ‘Fabricação de produtos de madeira’, ‘Fabricação de bebidas’ e ‘Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados’.
Além disso, também foi registrada queda na indústria extrativa, especificamente no segmento ‘Atividades de apoio à extração de minerais’. Por outro lado, a queda do setor como um todo foi restringida pelo avanço de outros segmentos no período, com destaque para ‘Fabricação de móveis’, ‘Fabricação de máquinas e equipamentos’ e ‘Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos’.
Por fim, o IODE-PMEs também permite a avaliação do mercado de PMEs de modo regionalizado. Assim, é possível observar que o crescimento no mercado no primeiro trimestre de 2023 foi sustentado pelo avanço dos negócios nas regiões Sudeste (+7,3% ante o primeiro trimestre de 2022), Centro-Oeste (+3,3%), Sul (+2,4%) e Norte (+11,8%). Por outro lado, houve retração da movimentação financeira real média das PMEs na região Nordeste (-6,8%).
Com informações da IODE-PMEs
Fonte: Sitecontábil
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