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Realizada durante a tarde do último dia 26, a Plenária Ordinária No 920 (nonagésima vigésima) do CRCMA, foi pautada pelo alinhamento de questões administrativas dentro do Conselho Regional de Contabilidade do Maranhão.
Sucedida na modalidade presencial e, contando com a presença de todos conselheiros da casa, a plenária foi marcada pelo discurso de encerramento do mandato do ex vice-presidente de administração e conselheiro, o contador Franklin Magno Pacheco.
Confira na íntegra o discurso completo:
“Boa tarde a todos! Saúdo todos os presentes.
Senhoras e senhores, não poderia neste momento começar meu discurso de outra forma a não ser agradecendo pela paciência e companheirismo da minha esposa Iranilce Cardoso Santos e pela paciência do meu filho João Gabriel Santos Pacheco, que são as pessoas que mais são penalizadas com minha ausência em alguns momentos muito importantes de nossa vida, devido o fato de exercer o mandato para qual nossa classe me confiou. Agradeço, ainda aos ensinamentos dos meus pais William Rodrigues Pacheco e a senhora Maria das Graças Silva (in-memeoriam), pessoas simples, mas que sempre buscaram educar seus filhos de forma ética ensinando sempre a respeitar e lutar por seus objetivos e é com esses ensinamentos que vamos encerrar nosso mandato iniciado em 2018/2021 desta tão conceituada entidade CRCMA.
Quero antes só fazer uma síntese da minha trajetória como conselheiro neste órgão de classe.
Em 2010 fui eleito conselheiro mandato 2010/2013 e, no mês 09/2010 me afastei da Câmara de Desenvolvimento Profissional, por entender que uma gestão é formada por uma equipe e não “eu equipe” e, sabendo que o plenário é soberano, resolvi abdicar desse meu cargo, pois tentei de todas as formas formar uma unidade, todavia diante da vaidade do presidente à época não tive êxito nessa minha demanda, entretanto, minha sede em trilhar um caminho diferente do imposto pelo sistema.
É oportuno lembrar que o ser humano é um ser social por natureza, motivo pelo qual se organiza em grupos para o alcance de seus objetivos individuais, oportunidades em que convive com interesses pessoais e coletivos, sendo fundamental que, ao participar de entidades, os objetivos coletivos tenham preponderância sobre os individuais, sob pena de prejudicar e até inviabilizar o alcance desses últimos. Outro fator importante para o contexto do ambiente em discussão é a questão do “comportamento”, inerente à condição humana, haja vista a não existência de seres humanos iguais, sendo fundamental o convívio com as divergências, tendo como objetivo a convergência em busca de interesses comuns.
É importante ressaltar que os nossos cargos são eletivos e que, portanto, dependem da voluntariedade daqueles que se dispõem a exercê-los, não existindo a hipótese de ocupá-los por obrigação que não se origina da vontade própria, razão pela qual se entende que o compromisso é fator inseparável e indispensável ao alcance do sucesso desejado. No ambiente a que se destina este trabalho, o compromisso é um pacto consigo mesmo, que gera obrigações com a classe contábil maranhense e no brasil, com as entidades de classe, com os órgãos governamentais, com os agentes econômicos de uma forma geral, e, em uma amplitude maior, com toda a sociedade brasileira.
Essas considerações que conduzem os gestores do Sistema CFC/CRCs a uma reflexão sobre o seu papel como gestor ou conselheiro, partindo de premissas básicas que norteiam e contribuem para o perfil ideal dos cargos em questão. Além disso, disponibiliza informações que permitam comparar a postura praticada com aquela tida como necessária ao alcance dos objetivos fins do sistema CFC/CRCs de forma eficiente e eficaz.
Quando se reúne em torno de desejos e ideias, instituindo-se um grupo, está se configurando um “encontro”. Todo encontro pressupõe uma ética, ou seja, um reconhecer e dar dignidade ao “outro” que se configura – no meu modo de ver – de três formas: interesse escuta e cuidado. Toda ética exige para sua fundamentação, uma compreensão prévia para que se possa instituir uma práxis voltada para o bem comum, ou seja, para dignificação do homem naquilo que reflete mais radicalmente o que chamamos de humanidade, que se constitui a partir das suas possibilidades de escolha e significação de mundo. Daí temos “inclusão” não como dádiva, esmola, doação ou caridade, mas como abertura de possibilidade da liberdade humana, do cidadão autonomamente poder determinar – na diversidade que o constitui culturalmente – suas escolhas com condições dignas de vida.
Os que se agrupam num projeto tendo a palavra “inclusão” como base e meta, não podem deixar de exercê-la entre eles, pois assim estariam fomentando o disparate e a hipocrisia, pois propõe algo somente como ideia flutuante e conveniente. É claro que não se trata aqui de propagar uma visão ufanista e neurótica, não reconhecendo como legítima a possibilidade de mudança e de “vir-a-ser” do homem. Do direito que tem toda pessoa de modificar suas significações e escolhas no mundo. Uma escolha nunca pode ser dada como definitiva assim como um homem nunca pode ser tido como acabado. Mas quando se assume algo e se instituí esse algo num conjunto de conceitos e práticas, será de bom e razoável grado que se tenha responsabilidade sobre esse fato, sob pena das relações tornarem-se vazias e os envolvidos distinguidos entre manipuladores e manipulados.
A relação de poder é inerente a todo agrupamento humano. As tensões, conflitos, diferenças e contradições são elementos que sempre acompanham esse fenômeno. O problema reside na sua hipertrofia. Já temos como domínio público “que a hipertrofia de um lado, atrofia o todo”. A responsabilidade de quem tem o poder é maior e mais exigente, pois ele carrega a força do mando que pode esmagar os outros e a si próprio. Quem assume e detém o poder tem como condição e obrigação, ouvir o que podemos designar de “voz de mando”, que seria uma instância de inteligibilidade que suplanta a cegueira individualista e indica as condições de convivência e sobrevivência de um grupo. É essa instância que permite o revigoramento, o fluxo contínuo da energia originária que dinamiza o movimento e que levou a união de pessoas em torno de algo em comum.
Sem escutar ‘a voz de mando’, temos o tirano, o absoluto, o orgulhoso. Este vê o mundo sempre de cima para baixo. Somente o que se apresenta “de baixo para cima” é reconhecido como legítimo. Quando alguém se atreve a se colocar rigorosamente de “igual pra igual” com ele, podemos ter os seguintes resultados: a) ele não perceberá a pessoa; b) ele não perceberá a atitude e, finalmente, c) ele não compreenderá o que está acontecendo.
O espaço de percepção do orgulhoso tem o seguinte esquema: “terço de cima”, “terço de baixo” e, no meio, nada. Na sua cegueira relacional, o orgulhoso não exercita o destaque do seu horizonte de compreensão e não percebe o mal que está fazendo. Temos uma situação que, como disse Guimarães Rosa: “querer o bem com demasiada força e de certo jeito, pode se transformar num mal”. Por isso não podemos deixar de zelar pela escuta, pelo interesse e pelo cuidado.
A partir deste momento encerro meu discurso desejando uma excelente gestão para chapa vencedora e que deus abençoe todos nessa nova etapa de suas vidas.
Meu muito obrigado a todos!”
Atenciosamente,
Franklin Pacheco.
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